Pesquisadores
da USP de Ribeirão Preto e do Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia, testam o canabidiol – uma das 400 substâncias encontradas
na maconha – para tratar males como a doença de Parkinson, fobia social
e sintomas psicóticos da esquizofrenia.
Um
trabalho publicado em novembro de 2009 traz resultados promissores
para controlar efeitos adversos do tratamento do Parkinson. Seis
pacientes receberam cápsulas de canabidiol em associação ao remédio
contra a doença durante um mês.
“Os
parkinsonianos apresentaram melhora nas alterações de sono e nos
sintomas psicóticos e tiveram maior redução dos tremores”, diz o
psiquiatra José Alexandre Crippa, professor do Departamento de
Neurociências e Ciências do Comportamento da USP e um dos
pesquisadores.
"Não
tenho nenhuma dúvida de que a maconha é importante. No passado, foi
considerada um dos principais produtos para combater dores miopáticas,
chamavam-na de divindade da neurologia. Pacientes com transtorno
obsessivo-compulsivo e com mania dizem que podem ouvir do médico os
melhores argumentos para pararem de usar maconha, mas não vão parar
porque se sentem nitidamente melhor. Mas é obviamente desaconselhável o
uso não terapêutico da erva, porque pode piorar os sintomas
psicóticos. É um paradoxo, porque as substâncias podem ajudar a tratar
problemas, mas quem fuma não sabe o que está inalando, desconhece a
proporção dos compostos, diz Crippa. O controle é importante”.
No
Brasil, ainda não é legalizado a Cannabis para o uso terapêutico. Mas
em outros países tanto o canabidiol quanto o TCH (delta 9
tetrahidrocanabinol) – os compostos derivados da erva mais estudados-
são utilizados para tratar também dores neuropáticas, náusea e vômito
causadas por quimioterapia e esclerose múltipla.
Eles
são disponíveis em forma de cápsulas, spray bucal e adesivo e podem
ser inalados – em alguns estados dos EUA, pacientes são autorizados a
fumar maconha com teores mais elevados de TCH para tratar algum
problema.
Pesquisadores
defendem a criação da Agência da Cannabis Medicinal, uma exigência da
ONU para que os países possam usar clinicamente os medicamentos à base
de derivados da erva. A agência seria vinculada ao Ministério da Saúde.
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